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Meus queridos, a postagem abaixo foi a última neste endereço. A partir de agora, meu blog (textos novos e antigos) estará no site do jornal O Diário. Acesse: odiario.com/blogs/luoliveira. Espero contar com vocês todos que já "passaram" por aqui! Beijo grande!!! LU - 08/09/10

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Órfãos de pais vivos

Pais não criam; educam!!!
A morte de uma mãe ou de um pai, ou até pior, dos dois, desestrutura a vida de uma criança, mesmo que  haja pessoas que a amem e que cuidem dela por perto.

Mas também tenho compaixão dos "órfãos de pais vivos". São crianças, adolescentes e jovens que, infelizmente, têm  pais de corpo presente e coração ausente. 

Vou relatar aqui uma cena que me chamou a atenção ontem, quando dourava meu corpinho branco e flácido no clube que frequento aos finais de semana. Uma menininha, de uns 4 anos no máximo, pegou uma boneca (Barbie, só para saber) e um boia (agora sem acento, viu?) que não eram suas para brincar na piscina. A "dona" dos pertences (uma outra garotinha de uns 6 anos) e sua mãe tinham se afastado um pouco daquele lugar.

Percebi que a criança havia se "apropriado" de algo que não era seu, mas até aí fiquei na minha. Alguém do sexo feminino, com 4 anos, não vai resistir a uma Barbie dando mole. 

O pior foi perceber que, na piscina, havia uma adolescente, de pelo menos 13 anos, e que, mesmo constatando que a irmã havia feito aquilo, não tomou nenhuma atitude. Aliás, minto. Tomou sim: levou a boneca até o armário do vestiário e guardou lá o "produto do roubo".

Toda essa movimentação foi acompanhada por mim, que já estava incomodada com aquilo. Quando a verdadeira "proprietária" da Barbie e sua mãe voltaram, narrei o que acontecera. A menina abriu a boca a chorar (com razão, coitadinha!!!). A mãe então foi pedir para a garotinha, que estava na piscina com a boia alheia, que devolvesse os objetos. Qual foi sua surpresa com a resposta: "Não! Ela já "tá" guardada"!

Só para resumir: a mulher precisou ir atrás da irmã mais velha que, vergonhosamente, veio abrir o armário e devolver a boneca. A pequena, inclusive, soltou a seguinte frase: "Mas foi você que disse para guardar!".

O que essa história toda tem a ver com a minha tese? Bem, em nenhum momento apareceu um adulto sequer que se mostrasse responsável - ou irresponsável - pelas duas meninas aprendizes de ladra.

Aliás, o que mais vi naquele lugar foram crianças sem adultos que lhes vigiassem. Sim, pois crianças precisam ser cuidadas. Meninos subindo pelo tobogã por onde deviam descer, por exemplo. Não seria o caso de um pai, mãe ou sei lá mais quem perceber que aquilo, além de não ser correto, é perigoso?

Por isso tenho compaixão dos órfãos de pais vivos. Filhos que são criados, mas não educados. Recebem comida, bebida, remédios, roupas, brinquedos etc. Mas padecem daquilo que é tão importante na formação de uma criança: a presença de adultos que amem, cuidem e deem exemplos bons. 


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