Eleitora inconsciente

Creio que agora que estou realmente me dedicando a este blog e, portanto, expondo (quase) tudo que me angustia, corro o sério risco de ser mal interpretada e, quem sabe, até decepcionar alguns. Mas, como já escrevi em outro texto, as palavras saem tão rapidamente do meu coração que não vão para cabeça, para saber quais deveriam ir para o papel (ou para a tela...).

O início do horário eleitoral gratuito (nós deveríamos ser pagos para aguentar este festival de bobagens!) serviu para que chegasse a uma conclusão: quero ser uma eleitora inconsciente! Prefiro estar em "alfa", em outra órbita, em um estado de coma "metafórico". Não quero tomar consciência de que, mais uma vez, homens e mulheres despreparados vão tentar me convencer de que estão preocupados comigo!

Fiquei pensando ontem: que propaganda será mais enganosa: a Xuxa dizendo que usa creme Monange, a Gisele Bündchen afirmando que seus cabelos são lindos por causa do shampoo Pantene, o circo avisando que esta é a última semana (há pelo menos um mês) ou aquele deputado dizendo que vai "lutar" pelo povo?

Uma pergunta que também não quer calar: por que  eles não conseguem decorar o texto e serem um pouquinho mais naturais? Sei que não deve ser fácil dizer uma coisa, quando se pensa em outra, mas talvez umas aulinhas de artes cênicas pudessem ajudar.

E os fundos musicais que querem nos fazer chorar? Só se for de raiva. E aquelas rimas cretinas, do tipo "Vote em Fulano, número XX6, que chegou a sua vez!". Socorro!!!!!!!!!!!!

Sei que precisarei escolher alguém; na verdade, cinco pessoas. Usarei alguns critérios: 

1º: estão fora da minha lista todos aqueles que abandonaram sua gestão para tentar uma outra "cadeira" (vereadores que querem ser deputados, prefeitos que querem ser governadores etc etc etc); 

2º: também não escolherei candidatos que já mamam nas tetas do poder público há mais de 8 anos (para mim, nenhum deles é tão bom assim que mereça mais uma chance); 

3º: desconsiderarei os que usarem suas profissões para conquistarem votos ("Bombeiros, votem em mim, que sou bombeiro!"; "Professores, votem em mim, que sou professor!"); políticos devem servir aos interesses de toda a população, não de apenas uma classe. 

4º: não cogitarei votar em quem fizer promessas estapafúrdias, que até fogem à competência do cargo, ou em quem se vestir de forma ridícula, caricatural, só para chamar a atenção; 

e, por fim, o quinto critério: não confiarei meu voto a qualquer homem ou mulher que já teve o nome envolvido em alguma sujeira, mesmo sem comprovação: onde houve fumaça, houve fogo...

Mas, no fim das contas, serei beneficiada com estas eleições: vou chegar em forma para o verão. Política me tira o apetite. Vou emagrecer até outubro; se houver 2º turno, melhor; perco mais uns quilinhos.

Como é bom escrever! Precisava exorcizar isso tudo deste ontem, quando assisti a alguns minutos do programa eleitoral, na hora do almoço. 

Até o próximo texto!!!