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Sonhos de creme: lembranças doces (literalmente!) da minha infância |
Há uma comunidade no Orkut cujo título é "Quem gosta de passado é museu". Minha mãe também usa essa frase quando meu pai começa a contar suas histórias da "carochinha". Nesse aspecto - e em alguns outros - creio ter "puxado" pra ele.
Sou absurdamente nostálgica. Além de ser saudosista, tenho uma memória prodigiosa para datas. Lembro-me de situações com riqueza de detalhes. Nomes e lugares. Cheiros, gostos, sons, imagens. Todas as lembranças despertam em mim uma infinidade de sensações e sentimentos.
Já chorei muito ao volante ouvindo músicas antigas. Choro mesmo, de verter lágrimas. Quando acontece isso e paro em algum semáforo, o motorista ao lado deve achar sou louca; se tivesse oportunidade de me conhecer, teria certeza.
O fato é que, de vez em quando, postarei por aqui lembranças da minha história, principalmente as vividas na infância e adolescência, que foram períodos inesquecíveis!!! Alguém pode perguntar: "o que faz esta mulher acreditar que teremos interesse em saber dessas coisas?". Bem, talvez o relato em particular não tenha a ver com alguém, mas o que ele simboliza pode também despertar a mesma saudade que sinto.
Hoje quero me recordar dos meus primeiros anos de escola. Estudei de 1980 a 1985 no Colégio Estadual Duque de Caxias, aqui em Maringá. Naquela época, o uniforme das meninas era uma saia azul-marinho de pregas (estilo a novelinha mexicana "Rebelde"), uma camisa branca com botões e um bolso em que havia o emblema do colégio, meias brancas até o joelho e sapato preto (bem feminino, viu?). Uma graça!!!
E a primeira bolsa? Uma maletinha marrom, comprada com sacrifício pelos meus pais. Os materiais eram doados pelo governo. Na hora do recreio, comia sempre a merenda; uma delícia (detalhe: fiz isso até os 17 anos!). Cada aluno levava seu prato e sua colher. Consigo me lembrar perfeitamente do gosto de cada refeição: polenta com carne moída, sopa de legumes, hum... Nunca apreciei os pratos doces, como arroz doce (só o da minha mãe é divino!!!) e canjica.
De vez em quando, não sei bem qual era o critério, mas minha mãe me dava um dinheirinho. Ah, que alegria! Sabem qual era o motivo da felicidade? Um sonho recheado de creme! Jesus! Tenho vontade de chorar só de imaginar minha carinha, com 7 ou 8 anos, olhando com um desejo absurdo para aquele sonho. Agora, 30 anos depois, posso comprar quantos eu quiser e não posso comer por causa da balança! Que nervo!!!
Não queria voltar ao passado, a não ser como "visita", caso existisse a famosa máquina do tempo. No meu presente estão meu marido e meus filhos e não me imagino sem eles. Mas amo abrir meu baú de recordações e farei isso mais vezes. Ele não tem cheiro de mofo, como alguns podem pensar. Ele tem cheiro de lembranças; ele guarda retratos de um tempo bom. E nada nem ninguém jamais tirarão isso de mim.
Até a próxima sessão "túnel do tempo"!!!
Há.... daora... parte da minha infancia tem cheiro de cigarro... Meu avô fumava e de certa forma, eu gosto do cheiro por causa disso...
ResponderExcluiruma coisa é certa, ninguém entende a profundidade de nossas memórias do que nós... bom tema, professora... ;**
Lu,
ResponderExcluirlembrei dos sonhos recheados que minha avó materna fazia, nunca mais comi iguais aqueles.
Parabéns!
Olá Lu...
ResponderExcluirsabe que lendo seu texto me veio imediatamente um gostinho memorável e que deixou saudade que era "aquele" café da tarde da vó Amélia, chá docinho, infinitas novidades que o vô gostava de trazer da padaria fruto de suas incansáveis andanças....e pq não lembrar daquela M A R A V I L H O S A tubaina !!!...to lembrando até da marmitas que eu e o Du devorávamos na fazenda !!! é eu diria que a comida é lembrança permanente..rss !!! e interessante como só retratam bons momentos...
Ah, Ricardo, fui às lágrimas com o seu comentário. Parece que me senti lá na casa da vó e do vô, nos nossos bons tempos de criança. Volto a afirmar: amo o meu presente, mas sempre serei apaixonada pelo meu passado. Continue comentando, ok? E uma novidade: a partir da próxima semana, serei uma das blogueiras oficiais do jornal O Diário, o principal aqui de Maringá. Mais uma benção de Deus em minha vida! Beijo grande pra você e pra Fran!!!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkk...na nossa família a comilância sempre estará nas listas dos "bons momentos", sabemos bater um bom garfo..hahahahah, embora hj em dia sabemos selecionar mais..o Ricardo adora lembrar da tubaina..rsrs, e dah mta saudade dos velhos tempos mesmo..
ResponderExcluirOi Lu...Eu não fui tão profunda quanto o Ricardo...hahahha...Talvez agora eu vá envergonhar a classe dos Baratelas...Do sonho à tubaina...Mas nunca me esquecerei daquelas férias que tivemos com gelo e água, lá no AP da nossa prima Kelinha, em Londrina...hahah...Vc não estava lá pra curtir a modesta falta de recursos...hahahah...Pergunta pra Jú, ela poderá narrar os fatos....
ResponderExcluirVendo os sonhos que postou, percebo o quão Deus tem honrado na vida de toda nossa família! Seja com alimento físico, seja com alimento espiritual!
Um beijo grande pra vc que escreve tão maravilhosamente bem!
Dani